domingo, 26 de fevereiro de 2017

Angola: as mulheres merecem aborto seguro e legalizado

Aos amigos, irmãos da fé, e aos falsos moralistas,  gostaria de informar que quando pensamos em assuntos sócias devemos sair do nosso mundo quadrado,  do nosso credo religioso,  das nossas convicções morais para não universalizar as nossas crenças. Isso chama-se respeito pela vida dos outros. 


MatabichoEconomoPolitico: as mulheres merecem aborto seguro e legalizado
Josefa Trindade



Sou e serei a favor do aborto enquanto mulher que conhece a realidade e o universo feminino.  Não abortarei por uma escolha pessoal, porque nem todas têm a mesma sorte: acesso a informação, acesso aos anticontraceptivos por questão de várias naturezas. Claramente, a minha educação cristã influencia também nas minhas escolhas, mas não me daria o luxo de condenar quem sentir necessidade de recorrer ao aborto. Uma lei que pune as mulheres por terem uma vida sexual é uma lei discriminatória, uma lei que responsabiliza penalmente as mulheres que por motivos psicológicos, económicos, e sociais não podem e não se sentem prontas para levar uma gestação até ao fim é uma lei que automaticamente prefere um fecto em relação a uma mulher adulta(adolescente). Essa lei que prefere trazer filhos indesejados ao Mundo nem sempre estará pronta para ajudar assistencialmente as mesmas crianças frutos de uma gestação indesejada, essa mesma lei pouco importa-se com os constrangimentos que essa futura mãe pode correr durante e depois da gestação. Eu sou a favor do aborto porque não posso ser educadora ou mãe de todos os filhos indesejados. Eu espero e desejo estar grávida um dia quando a vida permitir, mas estou aliviada em saber que vivo num país onde  posso mudar de ideia quando eu quiser porque a lei não me condena.
Essa lei que os parlamentares angolanos têm descutido é um assunto de saúde pública, e por isso não deve apegar-se aos dogmas religiosos bem sim nos Direitos Humanos. Penalizar o aborto é privar as mulheres da propria liberdade. 

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