sábado, 28 de janeiro de 2017

Portugal: Conferência Nacional do Turismo de Residência e de Golfe



A Economia portuguesa da era pós crise tem sido sustentada pelo turismo. Os elementos que mais têm contribuído para o desenvolvimento da Economia é o turismo de residência e golfe.  "O Golfe tem gerado receitas anuais equivalentes a 120 milhões de euros.  É um dos sectores estratégico para Portugal. O país tem recebido anualmente 300 mil turistas amantes desta modalidade desportiva", afirmou o Director Executivo/ PCA do CNIG, Pedro Fontainhas.




Foto: Josefa Trindade 



No dia 27 do corrente mês, no Hotel Dom Pedro Palace, em Lisboa  decorreu  a "Conferência Nacional de Turismo de Residência e de Golfe", promovida pela APR e CNIG. O evento contou com mais de 300 participantes, entre eles  especialista públicos e privados. Notou-se uma forte presença de profissionais estrangeiros, razão pela qual escolheu-se o inglês como língua de comunicação.  Todos  tiveram uma participação  activa nos vários painéis e mesas de debates.

O  turismo em Portugal está cada dia mais atractivo,  e as perspectivas indicam que vai crescer ainda mais nos próximos anos.  Os dados apontam por um número  mais elevado para turistas franceses e chineses.

Portugal tem revelado-se uma meta turista importante nos últimos anos, sobretudo depois da crise  Económica que atingiu a Europa e de modo particular os PIGS/PIIGS no período de  2008 à 2010.

"As pessoas tornaram-se mais racionais, atentos e  informadas, com fortes tendências à poupança. Em termos de compra ou investimento imobiliário,  elas têm mais noção dos riscos em caso de crise, por isso são menos emotivos", afirmou João Madeira. Na mesma ordem de ideais Juan Vega acrescentou "os clientes por serem mais informados, são também mais atentos e exigentes. Por isso, é necessário pensar na oferta dos serviços para compensar o custo do investimento".

O sector turístico também foi afectado pela crise,  os consumidores turísticos são mais informados, graças a difusão das plataformas online tal como, Edreams,  TripAdvisor,  Airbnb, os turistas possuem mais e melhores informações em relação aos  outros anos.

Portugal soube tirar vantagem da crise, em relação a nova realidade europeia e mundial, construiu um novo destino através de políticas estatais bem definidas que ajudaram a classe empresarial na promoção de Portugal como meta turística. Oferecendo-se ao Mundo como uma nova meta a ser explorada. 

As razões que fazem com que  as Terras Lusas sejam interessantes são várias: clima,  cultura,  gastronomia,  hospitalidade, preços de hotéis mais baixos,  custo de vida mais baixos, os famosos vinhos de Alentejo e do Porto, praias e surf, campos de Golfe, turismo universitário através do Programa Erasmus, facilidade na comunicação porque os portugueses dominam bem outras línguas. Um outro ponto a favor é por ser considerado um país seguro em termos de criminalidade e terrorismo, a diferença dos outros países europeus que vivem sobre ameaças de  ataques terrorísticos.  

Além do Golfe,  um dos grandes potências da oferta turística portuguesa tem sido o turismo residencial, várias análises feitas mostram que  é o negócio turístico que o mais crescerá porque tem  maior atracção para captar investimento estrangeiro.

Marketing Turístico Internacional

Um dos argumentos mais polémicos foi a divulgação do turismo português além fronteiras. E a resposta de muitos foi a seguinte "para conquistar mais visibilidade internacional, é necessário unir todos os empresários imobiliários e agentes de promoção do turismo  para serem vistos de uma forma global, e  não irem ao exterior de forma individual como tem acontecido. Deste modo, é mais fácil atrair investimentos externo porque eles terão uma visão completa das oportunidades existentes no país". 

Os participantes deixaram claro a  importância da sinergia entre os vários operadores turísticos, no que diz respeito a Internacionalização de Portugal como marca turística, tal como tem feito a Espanha nas grandes feras internacionais. 

O golfe não  tem sido  uma modalidade preferencial dos jovens, por isso os oradores  deixaram algumas sugestões para atrair os jovens a esse desporto.  Para o turismo de residência falou-se da importância dos serviços e actividades que ajudam a inclusão dos jovens, tal como o timeshare, Centro Comercias, Unidades hospitalares para servirem de ancora dos resortes.


Muitos investidores estrangeiros escolhem Portugal para os seus investimentos de turismo residencial  por duas razões: estabilidade jurídica e fiscal. 
Actualmente,  há mais  investidores a procura  imobiliários  nas grandes cidades, como é o caso de Lisboa.  Portanto,  existe uma necessidade de começar a promover os  resortes  para que o turismo residencial cresça fora dos centros. Para tal, é necessário que hajam mais vóos  domésticos com destino a esses lugares. 



O turismo da região norte de Portugal, Algarve e outras cidades é considerado  de luxo.
Normalmente,  quem compra casa no Algarve tem interesses no golfe.  Os grandes clientes desta região são os ingleses, espanhóis, franceses e italianos, todos eles  usam como casa para férias. Os  russos e chineses representam  potencías clientes. Portanto, é necessário que os operadores turísticos e a a CCIP  participem nas feiras internacionais destes países. 

"O mesmo com o brexit, os ingleses continuam a fazer os seus investimentos mobiliários porque o preço das acções aumentou. Graças às políticas de créditos bancários mais acessíveis aos jovens, eles aumentaram o seu poder de compra dos imóveis". Mas o brexit continua a ser uma ameaça burocrática em termos de vistos.

O turismo português  tem conquistado uma quota no mercado internacional  muito importante,  e tem  recebido vários reconhecimentos internacionais porque é mirado a sustentabilidade ambiental. Desde o período da crise,  é o sector que mais  cria empregos, que mais contribuiu para  a Economia portuguesa.

No fim da conferência reconheceu-se o trabalho dos empresários, das instituições públicas e privadas, e que têm colaborado de forma constante para que o negócio cresça cada vez mais. Falou-se da necessidade de manter os níveis da qualidade, de prestarem atenção às novas  oportunidades e sabe-las usar para que Portugal mantém e   conquiste novas quotas de mercado  turístico.




sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Portugal busca novas oportunidades de negócios:

"A Guiné-Bissau é porta de entrada para os portugueses no mercado CEDEAO"

No dia 6 de Janeiro, decorreu no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa a conferência "Governaça e Mercado: Região da CEDEAO". O evento tinha como principal objectivo analisar as oportunidades de penetrar no mercado dos países da região CEDEAO tendo como base a Guiné Bissau, uma vez que é o único país daquela região que permite o fácil acesso atendendo à sua posição geográfica e a sua história colonial com Portugal.




O evento contou com várias entidades governamentais e não governamentais. Como é o caso da presença dos dois Embaixadores, do Secretário do Estado Português, dos empresários portugueses e guineenses; representante do Banco da África Ocidental e outras entidades.

Os investidores precisam de estabilidade e segurança para poder investir num determinado contexto geográfico. Daí, a necessidade de manter a paz,   para que os governantes tenham habilidade em criar uma percepção externa positiva na atracção dos investidores.

Os P5, "EUA, CEDEAO, União Africana, Russia e China", são e devem ser parceiros da União Europeia. Por isso, Portugal busca novas oportunidades de negócios penetrando em mercados ainda não explorados e com difícil acesso tal como a CEDEAO. E isso só é possível tendo como intermediário a Guiné-Bissau,  um país com ligações históricas com Portugal.

Como frisou o Encarregado de Negócios da CPLP: "África será sempre um objectivo importante para a Cooperação Internacional de Portugal e o Mundo. As perspectivas do crescimento dos mercados da Guiné são sempre superiores porque o país não está na lista dos países que correm riscos de tensões políticas. Por isso, é notável o registo de projectos de desenvolvimento que captam a atenção dos investidores. A título de exemplo, um sistema de promoção agroindustrial".



Como é do conhecimento,  a Guiné tem uma geografia favorável, que facilita o acesso aos mercados Europeus. Por isso, pode ser vista como uma rota das importações e actividades empresariais para toda região da CEDEAO. A sua desvantagem geográfica, é aquela sofrer pressão política dos países vizinhos, a exemplo da recente crise política na Gambia.

O sistema cambial e os bancos guineenses funcionam muito bem. O sector turístico é promissor porque oferece grandes oportunidades de negócios para nacionais e estrangeiros.

Como dizia o Especialista Norte Americano com os Países PALOP: "Os sectores privados dos Estados Unidos da América não conhecem profundamente os países PALOP. Conhecem apenas os recursos naturais, através da exploração de petróleo. Os investidores americanos querem cada vez mais perceber a situação política e o ambiente comercial dos países africanos, no caso específico da Guiné porque representa um ponto estratégico. Por isso é necessário que os médias priorizem as boas notícias, é importante passar também uma imagem positiva da população. Normalmente, os americanos usam o Senegal como base comercial para a região CEDEAO. Por isso a Guiné deve esforçar-se cada vez mais para a promoção de "good news", por outro lado, é importante melhorar e fazer valer o Acordo Conacri".

"A biodiversidade guineense é rica. É a quarta maior potência em capacidade pescatoria na África. Além destas potencialidades, é rica em recursos naturais ainda não explorados, como é o caso do   clima e solo favorável, que favorece o desenvolvimento agrícola.

Em termos de densidade populacional é um país com população jovem que se converte fortemente em força trabalho, e  com uma alta taxa de natalidade. E olhando para esta taxa de natalidade, uma das boas área a investir é educação e formação de quadros", salientou o Presidente da a Associações e Federação em Portugal.

O embaixador português junto da Guiné-Bissau, afirmou que, "em termos de cooperação e desenvolvimento, as relações dentro do espaço da lusofonia é prioridade por razões linguísticas, económicas, culturais, históricas e por razões de afectividade. Portanto, as verbas para a cooperação têm sido mantidas apesar da situação de crise económica dos últimos anos.
No que diz respeito a política externa, os países da lusofonia continuam e serão sempre uma prioridade para o Estado português."

Mercado e investimento na Guiné-Bissau

Os desafios para o Estado Guineense são:

  • Criação de bom ambiente de negócio;
  • Estabilidade política;
  • Confiança nas Instituições públicas e na boa conduta da população.

Testemunho de um empresário português , investidor na Guiné-Bissau

"Os motivos que levaram a investir na Guiné foram:

  • Semelhança linguística( visto que a língua pode ser uma das barreiras para a internacionalização das empresas);
  •  Facilidade de deslocação
  • Segurança nas ruas guineenses
  •  Custo de vida baixo
  • Custo inicial de investimento é bastante baixo, a diferença de Angola onde o custo invialo é bastante alto.
  • Facilidade com que se consegue constituir uma sociedade ( empresa) em menos de 24 horas.

  • 7Estabilidade cambial da moeda do país. Isso ajuda o país a ser um alvo de interesse para os investidores
  •  tem um ambiente cultural favorável."

Actualmente, Marrocos controla o sistema financiero da África Ocidental, isto porque , domina bem as economias daquela região. BMC é o maior banco marroquino. Os bancos portugueses terão grandes desafios para liderar o sector interbancario da Guiné-Bissau. 


www.gbissau.com


Sitando Jorge Costa Oliveira, Secretário de Estado da Internacionalização
"A Guiné-Bissau é porta de entrada para os portugueses no mercado CEDEAO. O sector da construção, é um dos sectores que facilmente consegue penetrar nos mercados estrangeiros. Este sector é também famoso pela permanência nos momentos em que se vive una situação de crise económica.Portugal tem procurado conhecer outros mercados além da sua zona de conforto ( União Europea e países da lusofonia). Actualmente, o sector da construção tem explorado o mercado Mexicano. Portugal também tem procurado afirmação nos mercados asiáticos, como é o caso de Tiwan e China, mas a África continua a ser a garantia de um futuro de negócios para Portugal. Isto porque no longo prazo o continente africano terá mais falantes da língua portuguesa que no resto do mundo ( Portugal, Brasil, China e Timor Lest).E, actualmente, o governo português tem organizado em parceria da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa várias missões empresárias, também conhecidas como  turismo de negócios para a exploração de novos mercados que poderão ser novas plataformas na Economia e no Comércio português.É impossível pensar que podemos contar apenas com as associações empresariais, pois, é necessário maior interligação com a sociedade civil.Contudo,  isso será possível, caso existam maior financiamento para a internacionalização das Pequenas e Médias Empresas; como é o caso da criação de  maiores networks a nível mundial em termos de políticas comerciais para melhorar para Economia portuguesa."

Saiba mais: CEDEAO 












segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Angola: 8 de Janeiro, dia da Cultura Nacional

Discurso da Ministra da Cultura,

DISCURSO DA MINISTRA DA CULTURA NO DIA DA CULTURA NACIONAL
(Cabinda, 8 de Janeiro de 2017)
Excelência, Sra. Governadora da Província de Cabinda, Dra. Aldina da Lomba Catembo
Ilustres Deputados,
Distintos Vice-Governadores,
Excelentíssimo Senhor Embaixador de Angola no Brasil Dr. Nelson Cosme
Caros responsáveis do Ministério da Cultura,
Entidades Religiosas e Autoridades Tradicionais
Caros convidados,
Sinto-me honrada por vos dirigir a palavra em terras cabindenses, neste Dia da Cultura Nacional que celebramos na província mais ao Norte do país.
A escolha da província de Cabinda para albergar este acto central não ocorreu por acaso: Cabinda é uma das dezoito províncias de Angola, com tradições próprias que se inserem no todo nacional e com forte contribuição para a nossa Angolanidade.
Cabinda, constitui uma expressão prática do reconhecimento da nossa diversidade cultural no contexto da angolanidade, que assenta “nos elementos forjados ao longo de gerações que nos dão um sentido de identidade colectiva e, naturalmente, de continuidade”. É nesse conjunto de memórias comuns, símbolos e valores que partilhamos ou em que nos revemos, ou que reconhecemos ser nossos, que se encontram os alicerces em que se ergue a nação angolana.
Por isso, inicio esta intervenção prestando uma singela homenagem aos povos de Cabinda e às suas autoridades, que muito têm feito para garantir o reforço da Angolanidade e o reforço da cidadania.
Não poderia deixar também neste dia da Cultura Nacional de enaltecer o apoio e atenção particular que o titular do poder Executivo, o Eng.º José Eduardo dos Santos Presidente da República tem prestado de forma indelével
aos variados aspectos da nossa Cultura, como afirmação importante da nossa identidade no âmbito da diversidade da paisagem.   cultural do país, reafirmandoconstantemente que a Cultura fortalece a Nação.
Efectivamente, a Cultura constitui um dos alicerces fundamentais sobre os quais se ergue a nação angolana e, portanto, deve continuar a merecer a nossa preocupação e a nossa atenção em ordem a que, os valores positivos legados das nossas tradições, tenham lugar na nossa sociedade contemporânea e possamos ter um país desenvolvido, harmonioso, com uma identidade própria, que respeite de igual modo os valores universalmente aceites, entre os quais a Cultura de Paz ocupa um lugar primordial.
O Chefe de Estado Angolano, no seu recente discurso sobre o estado da nação, expressou a ideia de que a paz se deverá tornar “na principal força identitária entre os angolanos de todas as origens, convicções políticas ou crenças religiosas e para que se mantenha entre nós o espírito de união, de tolerância e de respeito pela diferença e pelos valores em que assenta a democracia”. Cremos assim que o processo eleitoral que nos levará às eleições no presente ano, para isso deverá concorrer e todos devemos estar engajados: As igrejas, as associações, as comunidades, todos nós, as angolanas e angolanos deveremos estar engajados nesse processo.
“ A Cultura Fortalece a Nação”, por isso, tal como ontem a Cultura ocupou um papel importante no desenvolvimento da angolanidade, na mobilização para a luta de libertação nacional, na mobilização para a defesa da integridade territorial; com as nossas manifestações culturais, na sua diversidade, a cultura deverá jogar hoje um papel importante na mobilização da nação para as próximas eleições e através delas para a consolidação da paz e da democracia no nosso país.
Caros responsáveis do Ministério da Cultura,
Uma vez que o Dia da Cultura Nacional se celebra no princípio do ano, considero útil mencionar as tarefas que deveremos priorizar ao longo do ano de 2017.
Trata-se de um ano em que devemos prestar atenção, fundamentalmente, a três áreas.
A nossa primeira prioridade está relacionada com a municipalização da cultura. Como sabemos, a cultura faz-se nas comunidades. E é nas comunidades que deveremos trabalhar no sentido da difusão dos nossos valores culturais, de modo a que as crianças e os jovens sejam educados com base nesses valores.
Mas tenhamos consciência que a municipalização da cultura exigirá grande capacidade criativa não apenas de artistas e demais criadores, mas também dos responsáveis do sector da Cultura. Não podemos esperar que o Executivo nos dê recursos para cada acção. Temos de utilizar os recursos locais e potenciá-los ao máximo, de modo que os centros culturais promovam formação nos domínios das artes e da literatura e para que possamos ver criados este ano novos centros culturais. Dispomos de recursos humanos para isso, de modo que os deveremos passar a utilizar com critério, inteligência e criatividade.
Os museus e as bibliotecas devem passar a ser considerados também centros culturais e, nessa base, não devem esperar apenas que os cidadãos se dirijam a tais locais. As bibliotecas e os museus têm de ser mais dinâmicos e interventivos, têm de começar também a ir ao encontro dos cidadãos, seja nas escolas, seja nas universidades e nos locais de trabalho, seja ainda nas comunidades.
E será preciso que o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional e a Cinemateca Nacional dêem a conhecer o conteúdo dos respectivos acervos, a universidades e escolas de todo o país, sobretudo às gerações mais novas para que incrementem o seu conhecimento e patriotismo.
A municipalização dos serviços culturais vai exigir maior dinamismo e maior espírito criativo por parte da Direcção Nacional de Acção Cultural, da Direcção Nacional dos Museus, da Biblioteca Nacional e das Direcções Provinciais da Cultura.
E vai exigir, também, maior dinamismo por parte do Gabinete Jurídico, de modo que todos os centros de acção cultural (incluindo bibliotecas e museus) estejam formalmente criados, de modo a terem existência legal e a poderem dispor dos respectivos quadros de pessoal e orçamentos.
A segunda grande prioridade está relacionada com a primeira e tem a ver com a formação artística. Não podemos pensar na municipalização da cultura, sem a isso associarmos a formação. Por um lado, será preciso redinamizarmos o Complexo das Escolas de Arte, de modo que saia do adormecimento em que se encontra, para ser transformado também num centro cultural de excelência, com actividades constantes dirigidas a crianças e jovens dos vários municípios de Luanda, bem como a jovensdas províncias do interior, que sejam seleccionados para acções de formação de curta duração no CEARTE, cujas instalações da última geração e de grande valor estão potencializadas para receber e formar adequadamente novos quadros nos vários domínios das artes. Temos feitos vários esforços para dar a conhecer o grande valor deste Centro de Formação que está nas prioridades de atenção do Ministério da Cultura.
Por outro lado, será necessário que a Direcção Nacional de Formação Artística e o Instituto Nacional do Património Cultural cumpram o seu papel ligado à execução de políticas públicas nesta área. Recomendamos que, este ano, seja actualizado o registo das manifestações artísticas angolanas (incluindo o cancioneiro popular e as danças tradicionais), de modo a serem difundidas pelos centros culturais do país. As manifestações artísticas próprias de uma região devem ser estudadas e difundidas também noutras regiões.
É preciso, ainda, que se actualize este ano o registo dos instrumentos musicais tradicionais de cada província e a sua difusão pelos centros culturais. O CEARTE e os centros culturais espalhados pelo país têm de passar a incluir nos seus currículos os nossos instrumentos musicais.
Aproveito esta ocasião para anunciar que o Ministério da Cultura vai este ano apoiar a criação de uma banda musical com utilização de instrumentos tradicionais, iniciativa que conta já com o concurso de instituições privadas interessadas em promover a Cultura Nacional.
A economia da cultura será a nossa terceira grande prioridade, pois teremos de conseguir recursos para o programa ambicioso que aqui estou a anunciar para este ano.
A lei do mecenato precisa de ser regulamentada. E vamos aguardar que os competentes órgãos do Estado legislem acerca das isenções de que o sector da Cultura necessita.
Por outro lado, teremos de ter perspicácia e inteligência de modo a criarmos uma rede de entidades privadas que participem no financiamento da actividade cultural. Pessoas singulares e colectivas devem ser incentivadas a contribuir para a difusão cultural, de forma séria e credível. Para isso, será preciso que os órgãos competentes do Ministério da Cultura trabalhem rapidamente em legislação sobre o financiamento dos centros culturais,
seja a partir de financiadores locais, seja por parte de financiadores que se encontrem a alguma distância ou na diáspora, mas decidam apoiar iniciativas que visem o reforço da identidade cultural local e o reforço da Angolanidade.
Vamos tentar organizar, ainda no decurso deste ano, um fórum que reúna patrocinadores e possíveis patrocinadores da actividade cultural, para discussão das regras de financiamento e do projecto de diploma que trata do financiamento da actividade cultural por parte do sector privado.
Caros responsáveis do Ministério da Cultura,
Para além destas três principais áreas de actuação ao longo deste ano, será preciso também actuarmos noutras direcções.
Uma delas tem a ver com a difusão do livro e da leitura. É preciso que o Ministério da Cultura cumpra este seu papel, executando políticas públicas que propiciem a actuação nesta direcção por parte de centros culturais, escolas, associações e outros agentes de iniciativa privada.
Devem espalhar-se por todo o país, feiras do livro, sessões de leitura e sessões de formação ligadas à literatura, estamos esperançosos que a recém criada Academia de Letras de Angola, poderá contribuir igualmente para este desiderato, que consta igualmente nas prioridades da União dos Escritores Angolanos.
Outra importante área tem a ver com a lei da religião, que vai exigir de nós grande empenho no sentido de definirmos balizas de modo que deixe de haver a
tendência dos últimos anos, de proliferação de denominações religiosas, algumas delas com fins distantes dos religiosos.
A pretensão de vermos Mbanza Kongo transformada em património cultural da Humanidade vai exigir de nós maior empenho, de modo que possam ser reunidas mais provas arqueológicas, tal como é recomendado pela UNESCO. Isso implicará a necessidade de enquadrarmos
no projecto especialistas de reconhecido mérito, o que obrigará também a um maior investimento financeiro.
Também este ano vamos tentar potenciar as associações de natureza cultural, que são importantes parceiros do Executivo no quadro da difusão cultural e para passagem do testemunho às gerações mais novas.
Finalmente, a diplomacia cultural é uma área que terá de passar a ser utilizada de modo a obtermos maior divulgação internacional daquilo que fazemos, bem como para obtermos financiamentos a partir de instituições de outros países e de organizações internacionais, para a formação artística, para apetrechamento dos centros culturais, para a difusão cultural e para uma maior
aproximação com outros povos e um vasto intercâmbio de hábitos e costumes.
A recente eleição de Angola para o Comité Executivo do Património Mundial e para a Confederação das Associações dos Artesãos da África Central testemunha o dinamismo da nossa diplomacia cultural a nível regional e internacional.
Caros responsáveis do Ministério da Cultura,
Como vimos, são enormes as expectativas das autoridades e da população em relação ao Ministério da Cultura e à dinamização da acção cultural.
São enormes os desafios que temos à nossa frente, neste futuro imediato.
Teremos, pois, de estar à altura dessas expectativas e desses desafios, para cumprirmos a nossa missão. Aproveito para agradecer a todos os fazedores de Cultura, a todos os funcionários do Ministério da Cultura e saúda-los pela data que se comemora hoje.
Rendemos igualmente homenagem a memória dos homens e mulheres da Cultura, que prematuramente nos deixaram e reafirmaram o valor do seu contributo indelével prestado à valorização da Cultura Nacional, com realce para o saudoso Presidente António Agostinho Neto.
Paz as Suas Almas.
Excelência, Sra. Governadora da Província de Cabinda,
Finalmente Agradecemos todo o apoio que nos concedeu para realizarmos o acto central do Dia da Cultura Nacional, aqui em terras do Maiombe.
Graças ao seu empenho pessoal, a província de Cabinda é, durante o dia de hoje, a capital da Cultura Nacional e levamos connosco na nossa memória a alegria e vivacidade da Vossa hospitalidade e a afirmação do vosso sentimento de Angolanidade, de unidade nacional e de confirmação inequívoca de que Angola é um só povo e uma só Nação de Cabinda ao Cunene.
Bem-haja a província de Cabinda.
Bem-haja a Cultura nacional.
Muito obrigada.

Luanda, aos 08 de Janeiro de 2017

sábado, 7 de janeiro de 2017

Franchising: uma solução sub-aproveitada em Angola

Revista:Negócios&Franchising 
Li a edição n°105, Junho-Júlio de 2016, da revista Negócios&Franchising, e não resiste. Decidi  partilhar com os leitores,  empreendedores e futuros empreendedores algumas informações úteis sobre franquias, conhecidas também como franchising.  

O lema da actual economia de Angola é a diversificação da economia. E como existem várias pessoas interessadas a fazer negócios, muitas delas sem a mínima experiência neste campo, esta poderia ser uma boa solução para começar. Também é uma boa solução para aqueles que têm domínio de negócios, mas preferem serem adoptados por marcas já conceituadas para facilitar a sua inserção e aceitação no mercado; é sem sombra de dúvidas a forma mais rápida de atrair clientes pois trata-se logicamente de produtos e serviços conceituados. Considerando a actual situação da Economia angolana, esta fórmula sería uma solução válida para reduzir o índice de desemprego do país.  Para os desempregados é uma forma de entrar para o mundo de empreendedorismo,  ser protagonistas e criadores de emprego para outras pessoas. Vamos ao que interessa, será uma breve explicação, espero que seja útil.
A franquia é uma estratégia utilizada no comércio que tem como objectivo a venda de licença com a qual o proprietário da marca, franqueador cede ao utilizador, franqueado o direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know how  e direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos e serviços. Para tal, o franqueado investe e trabalha para a franquia, paga uma parte do lucro ao franqueador sob forma de royalites (direito de autor ou propriedade)Nesta formula contratual é previsto que o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de tecnologia de implementação e administração de negócios ou sistemas desenvolvidos/detidos pelo franqueador, isto mediante uma remuneração directa ou indirecta sem o vínculo de empregabilidade.


Vocabulário do Franchising 

Área developer (território): pessoas ou empresas que compra os direitos de uma região ou país, e pretende explorar exclusivamente através de lojas próprias. 
Contrato de franquia: é o documento que específica a relação existente entre o franqueado e o franqueador. Normalmente, no acto do contrato eles contam com o apoio de um advogado para avaliar as clausulas contratuais. 
Direito de entrada: é o valor que paga-se para fazer parte da cadeia, o valor que se paga para usar a marca já afirmada no mercado. Podemos defini-lo como a chave que permite o usufruto da marca. Normalmente, paga-se no acto contratual. O valor pago serve para cobrir os custos de marketing e de outras naturezas que  o franqueador terá antes da abertura da loja. Por exemplo,  custos enfrentados na selecção  e na formação dos candidatos.
Franchising (Business Format Franchase): é uma forma de negócio aplicada pelas empresas, neste caso, o franqueador oferece ao franqueado o direito de explorar os produtos e serviços, o direito de usufruto da marca comercial, oferece os seus métodos de gestão, recebendo contrapartidas financeiras. A empresa mãe é a franqueadora, a empresa que recebe os direitos é a franqueada. Ambas estão ligadas pelo contrato de franchising.
Franqueador: é a empresa que concede os direitos de utilização da marca e transfere todo o seu know how para terceiros.
Franqueado: é a pessoa ou empresa que compra o direito para a abertura de uma loja com o nome daquela marca. 
Master Franqueado: é a pessoa ou empresa que compra os direitos para usar em todo o países ou região. Além de usar unidades próprias, se necessário, pode sub-franquear certos territórios. 
Redes Afilhadas: onde são representadas as redes com sistemas de parcerias mais leves que oferecem apoio parcial, menos abrangente do que o franchising moderno, impõe menos regras de imagem, de padronização e de controlo.
Royaltis (Taxa administrativa): é o valor pago mensalmente o anualmente, em termos de percentagens sobre a facturação, pelo uso continuo da marca e pelos serviços de apoio prestados pelo franqueador. 
Taxa de Publicidade ou Promoção: é uma contribuição que as lojas fazem ao fundo comum para a promoção da marca e dos produtos da cadeia; não é fonte de lucro para franqueador, ele gere as verbas e justifica a sua correcta actualização.

Como obter sucesso com o franchising?

  • Planear bem o arranque do negócio, com particular atenção à localização;
  • Acompanhar de perto o negócio;
  • Comunicar  com o master e  com outros franqueados da rede para pedir dicas;
  • Cumprir as regras do master;
  • Gerir meticulosamente as despesas;
  • Manter o foco no cliente. Não  falhar os prazos;
  • Saber gerir e motivar as equipas;
  • Saber reconhecer as suas próprias lacunas e rodear-se de membros da equipa que as colmatem;
  • Ter as ferramentas de marketing certas;
  • Ser apaixonado pela marca.
O  sucesso do franqueado é o sucesso do franqueador  porque eles trabalham em forma de rede.

Obstáculos para o sucesso do Franchising 

  • Não pesquisar informações suficiente sobre a marca e franqueador;
  • Não falar com outras marcas e franqueadas dessas e da marca preferida;
  • Acreditar totalmente nos planos de viabilidade que as marcas lhes dão;
  • Acreditar que um conceito que funciona num determinado país pode funcionar no outro. Por exemplo, o que pode ser valido no mercado angolano, não significa que seja valido no mercado português/italiano, e vice-versa.
  • Não verificar se o franqueador tem unidade próprio e se o negócio  e o modelo estão mesmo testados;
  • Pensar que não é necessário dar satisfação à marca, querendo gerir tudo à sua maneira. 

 Desvantagens

Uma das principais desvantagens é relacionada com a interligação existente entre o franqueado e o franqueador. Se a marca do franqueador não tem sucesso, os franqueados não terão sucesso. Porque  o lucro dos dois é interligado; os dois agentes deverão cooperar constantemente para atingir os objectivos da marca. Outra desvantagens é o pagamento que os franqueados devem aos franqueadores, relacionadas aos interesses desses últimos. A desvantagem que talvez apresenta maior obstáculo  é dada pela impossibilidade de liberdade no negócio. As últimas palavras para qualquer decisão é dada pelo franqueador. Por exemplo: se és agente da Coca-Cola de um determinado território, e pretende-se alargar a região de negócio, para escolher os parceiros, é necessário ter a aprovação do franqueador.

Vantagens

Usa-se uma economia de escala, e isto é muito positivo. Garante o uso de métodos profissionais de gestão, o que permiti começar o negócio de forma profissional.  A chance  de dar errado para a formula franchise é muito pequena, pois os novos empreendedores contam com toda experiência acumulada know how dos franqueadores. Porque é um modelo de sucesso já comprovado pelo franqueador. Garante mais segurança para os novos empreendedores, bem como aos agentes financeiros, como por exemplo a Banca. Costuma-se a dizer que "a franquia é ultimo modelo a sofrer e o primeiro a sair durante as crises económicas. 

Qualquer negócio é válido, o fundamental é identificar as necessidades dos consumidores, estudar o mercado e partir com as ferramentas justas. O país com maior número de negócios  de sucesso em forma de franchising é o Brasil. Sendo um país com características semelhantes à  Angola, este poderá servir como fonte de inspiração dos empreendedores que quiserem utilizar esta estratégia. As franquias podem ser implementadas em varias áreas. Aqui vão alguns exemplos: área da educação e formação, área de restauração, área de hoteleira e moda. Depois desta breve explicação, recomendo aos interessados a procurarem mais informações, parcerias, e se possível,  e partirem para o negócio dos sonhos. Com um estudo de viabilidade bem feito, e com motivação justa, o leitor poderá ser o próximo empreendedor. Vamos ajudar a diversificar a Economia angolana com ferramentas justas. 

 











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